segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Veneza: segundo dia, primeira parte

E vamos seguir nossa viagem pela Itália. Meu segundo dia em Veneza foi, na verdade, também o último, pelo menos por enquanto. Explico: como ficamos hospedados em Padova, o último dia do feriado suíço, que era na segunda, optamos por não ir para Veneza, pois queríamos conhecer a Basílica de Santo Antônio e também dar uma passada por Verona. Vou contar todos os detalhes dessa segunda-feira mais adiante, mas hoje vou relatar o domingo, nossa despedida de Veneza.

Chegamos cedo na estação Veneza Santa Lucia e, dessa vez, não atravessamos aquela primeira ponte à esquerda, mas seguimos reto, pois queríamos visitar o bairro judeu de Veneza, o primeiro na história denominado Gueto. Tenho um interesse muito especial por registros da Segunda Guerra Mundial. Depois que conheci Berlim e também a casa de Anne Frank, em Amsterdam, fiquei mais interessada ainda. Então quando li que o Gueto de Veneza foi o primeiro a ser assim chamado, não tive dúvidas: incluí esse bairro veneziano em nosso roteiro.

No caminho, fizemos uma parada muito interessante que não estava no roteiro, mas me deixou muito feliz. Como já mencionei, entrávamos em todas as igrejas possíveis, pois cada Igreja na Itália é, além de templo de oração, um magnífico museu com obras de arte de cair o queixo. Chegamos a uma praça e avistei uma Igreja. Na porta, um quadro de Santa Lucia (para nós, brasileiros, Santa Luzia) e a informação de que ali, naquela Igreja, está o corpo da jovem Santa para veneração. Não tivemos dúvidas: entramos e a emoção foi enorme.

A Igreja é linda e conhecer mais a história da Santa conhecida como protetora dos olhos foi um dos momentos mais emocionantes da viagem. Aproveitei para rezar pela minha família, meus amigos, lembrar-me de pessoas queridas... Um momento inesquecível de oração. Para quem quiser conhecer mais sobre Santa Lucia, o link da wikipedia está bem completo. Como não vimos advertência nenhuma em relação a fotos, aproveitamos para tirar algumas, inclusive do interior da igreja.



 



Saindo dali, andamos e andamos, passamos por ruelas, canais, pontes e mais pontes... e andamos mais... e erramos muito, nos perdemos mais ainda e quase desistimos de passar pelo tão programado Gueto. Quando estávamos quase desistindo, avistamos uma ponte com a placa que sinalizava o Gueto Novo. Momento wikipedia: a palavra veneziana 'ghetto' era o nome de uma ilha onde existia uma fundição que fabricava peças para a artilharia da cidade. Mais tarde, quando os judeus de Veneza foram obrigados a viver nesta ilha, fugindo de perseguições, o local passou a designar uma zona isolada onde vivia um povo confinado. Posteriormente, qualquer território judeu pelo mundo recebeu esse nome.

O local é dividido em Gheto Novo e Gheto Vechio e é marcado pelo sofrimento do povo. Há uma parede com pedras que retratam o sofrimento judeu durante esse período. As antigas sinagogas também são identificadas através de coroas de flores que homenageiam rabinos, alguns deles mortos durante a guerra. O lugar respira história e arrepia a alma pensar em como o povo judeu sofreu ali, onde hoje passamos e passeamos tranquilamente. Cada construção, com suas paredes descascadas e tintas gastas, conta parte desse período trágico da história mundial. Para quem tiver interesse em saber mais sobre os guetos, achei em um site várias informações interessantes sobre A Vida nos Guetos, vale acessar.

Pátio do Gueto





Primeiro destino da manhã cumprido, paramos em um restaurante super charmosinho que fica no caminho da estação. Afinal, ainda não tínhamos comido a verdadeira pizza italiana e esse foi, portanto, o nosso almoço. Um bom vinho para acompanhar e a conta mais barata que o Florian no dia anterior. Perfeito! E com a foto dessa pizza divina vou me despedir por enquanto. No próximo post, terminamos Veneza com a visita a outra linda igreja e também ao Palácio Ducale. Arrivederci e... voilà!


4 comentários:

  1. Adorei saber dessa igreja, pois foi uma que não visitei por lá...da próxima vez ela não escapa!
    Eu tbm fiquei impressionada com a parede de pedras contando a história da II guerra e da perseguição aos judeus.
    Linda a sua pizza, deu até água na boca, mas o que sinto falta mesmo de Veneza são os sorvetes. O gelatto italiano é o melhor do mundo!!
    beijos e até a próxima!

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    1. Karla, não deixe de visitá-la! Eu amei e a descobri por acaso, como falei, passando pela porta. Quanto ao gelatto, gostei muito também, mas os suíços não perdem nada para os italianos. Você chegou a experimentar o Movenpick, quando esteve aqui? É simplesmente divino e muito saboroso! Beijos!

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  2. Nossa, que delícia de pizza, hein, gatinha? É mesmo muito emocionante saber essas histórias...dá pena pensar o que esse povo sofreu, não é mesmo? E o seu texto, como sempre, perfeito! Beijinhos da mammy

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    1. Mamãe linda! As pizzas são deliciosas, simplesmente divinas! Ano que vem você come comigo! ;)
      beijos! Amuuuu!

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