terça-feira, 24 de setembro de 2013

Veneza: segundo dia, segunda parte

Infelizmente, hoje é o último post sobre Veneza (pelo menos dessa viagem, pois ainda volto lá). Depois colocarei nossos passeios por Padova e Verona, que embora rapidinhos, foram também maravilhosos! Mas vamos primeiro terminar o tour por Veneza, certo?

Bem, depois das emoções do Gueto e também daquela pizza enorme e divina, seguimos em busca de uma das igrejas que tentamos ver no dia anterior: Santa Maria dei Frari. Foi a única das 5 listadas no meu roteiro que conseguimos ir, mas valeu muito a pena. Como já disse, as igrejas na Itália têm um quê artístico muito peculiar. Essa, em especial, é simplesmente DESLUMBRANTE (vou usar o mesmo adjetivo da Karla, do Viaje comigo, amigo, pois não há outro compatível). Ela é tão magnífica que fotos não são permitidas (como na maioria das igrejas em Veneza) e a entrada é paga: 3 euros - preço insignificante para apreciar tanta beleza!

Pinturas belíssimas, como "A Madona e o menino", de Bellini, na Capela do Santíssimo, e "A Assunção", de Tiziano, no altar principal, fazem os nossos olhos brilharem e fixarem-se naquelas imagens. Sinceramente me perguntei se já havia visto artes tão perfeitas assim! Aquela mesma sensação que mencionei no post dos Fogos de Genève cabe perfeitamente aqui (vou repetir a história, para quem não se lembra): em uma de minhas cenas preferidas do filme Gênio Indomável, o psicanalista vivido por Robin Williams diz ao personagem de Matt Damon (Will) algo sobre a Capela Sistina: “Então se eu te perguntasse sobre arte, provavelmente você me daria o resumo de todo livro de arte já escrito. Michelangelo, você sabe muito sobre ele. Trabalho, aspirações políticas, ele e o papa, orientação sexual, a coisa toda, certo? Mas aposto que você não sabe qual é o cheiro da Capela Sistina. Você nunca ficou ali e encarou aquele teto lindo; eu já.” Pois é, eu fiquei ali e encarei aquele teto e aquelas paredes lindíssimas, que não são da Capela Sistina, mas imagino que não deixem nada a desejar.

Outro ponto alto nessa Igreja é uma pirâmide em mármore branco onde dizem estar o coração do escultor Antônio Canova. Não me perguntem o que o pobre homem fez para ter ali seu coração, mas é também uma perfeita obra de arte. Como as fotos não são permitidas, deixo uma que tiramos do lado de fora da Santa Maria dei Frari, visita recomendadíssima pra quem for a Veneza.


Saímos dali novamente em direção à Piazza San Marco. Destino: Basílica San Marco e Palácio Ducal (ou Ducale).  Andamos bastante, nos perdemos (de novo!) em algumas ruas, nos deparamos com alguns caminhos ainda não explorados e, mesmo com as erradas, a caminhada valeu novamente. Volto a dizer: andar por Veneza é um momento único e não tem preço. Nem sempre é possível visitar tudo, mas caminhar pelas ruas venezianas é como cumprir a missão da viagem.



O verdadeiro macarrão italiano. Claro que comprei!



Chegando à Piazza San Marco, a fila para entrar na Basílica dava voltas (assim como no primeiro dia). Já passava das 15 horas e decidimos, então, entrar primeiro no Ducale, que fica bem ao lado. Sabíamos que era uma visita demorada, mas não queríamos perder. É dentro do palácio que está a Ponte dos Suspiros que, soube também através do blog da Karla, apesar do nome, não tem nada de romântica. A ponte liga o palácio à prisão. Era através dela que os condenados, julgados no Palácio, eram conduzidos à prisão. Ali, naquelas pequenas frestas, eles tinham a última visão da cidade. Claro que fizemos o percurso e conhecemos as salas das prisões: frias, pequenas, todas em madeira e pedras. Impossível não imaginar como viviam os pobres condenados ali, principalmente no inverno. Fato curioso: em 1756, Casanova conseguiu escapar dali atirando-se em uma gôndola que passava no pequeno canal (história contada pelo nosso gondoleiro e mais ou menos confirmada pelo wikipedia, link no nome acima).
Ponte dos Suspiros, vista da janela do Ducale.






Tudo no palácio é maravilhoso: os aposentos do duque e as salas institucionais são ornamentadas com tapeçarias de Tiziano, Veronese, Tiepolo e Tintoretto. Tudo de cair o queixo. E é claro, tudo proibido fotografar. A sala de armas tem cada arma histórica que não dá pra descrever. Tudo no Ducale é lindo e paga o ingresso de 8 euros.

Uma das poucas fotos internas que conseguimos tirar.



Pátio do Ducale




Infelizmente, ao sairmos dali já não dava mais tempo de visitarmos a Basílica San Marco: tinha acabado de fechar. Havíamos combinado um encontro com um casal de brasileiros que também estava curtindo o feriado suíço em Veneza. Partimos então para um Happy Hour em excelente companhia. Pena que fomos praticamente expulsos do bar, já que não pedimos comida (aquele chato padrão europeu de "peça comida ou peça a conta"). Mas nesse caso, ficamos indignados com o fato de o restaurante não precisar da nossa mesa: havia movimento no local, mas muitas mesas ainda estavam vazias e sequer havia fila para entrar. Mas faz parte.

Caminhamos os quatro até a estação sob uma chuvinha fresca e agradável. Eles estavam hospedados em Veneza e nos despedimos ao chegarmos perto de Santa Lucia. E ali nos despedimos também de Veneza. Deixamos para jantar em Padova, mas isso vou contar no post sobre Padova. Já adianto que foi um jantar delicioso e de atendimento surpreendente, o que nos deixa mais chateados ainda com os que foram desagradáveis. Mas isso é pauta para o post de amanhã, certo? Arrivederci, querida Veneza! Eu ainda volto! E para vocês que me acompanham... voilà!


5 comentários:

  1. A Josiane, que trabalha comigo, diz que quer um macarrão hehehe
    Beijinhos da mammy

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  2. A Santa Maria dei Frari foi a única igreja na qual já entrei (e já entrei em muitas!!!) que me emocionou tanto a ponto de chorar! Eu amo a Notre Dame, em Paris, mas nem ela me fez chorar como a Frari! Impressionante a energia desse lugar!
    Pena que vcs não foram à Basílica, é muito linda, embora um tanto escura.
    Dica para fotos na Itália: Compre uma máquina que tire boas fotos sem flash, assim vc consegue tirar umas fotinhos mesmo dos locais proibidos, já que sem espocar o flash, eles pouco notam, ainda mais se estiver cheio. Só não consegui usar essa dica na Capela Sistina (sim, eu conheço o cheiro que ela tem! rsrsrrs) e na Galeria Ufiizi em Florença. No mais, tirei muita foto, mesmo sem poder...no início eu ficava meio sem graça, mas depois peguei o jeito e consegui.
    Tomara que vcs voltem em breve à Veneza! E estou louca para ler sobre Pádua, já que essa foi uma cidade que não conheci.
    beijos

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    1. A Santa Maria dei Frari é mesmo impressionante! Fiquei maravilhada! obrigada pela dica da câmera... vou tentar para uma próxima viagem! E já está lá o post de Padova... visitamos poucos lugares, mas amei a cidade! Certamente, quando voltar a Veneza, ficarei hospedada em Padova de novo. Bjos!

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  3. Tinha esquecido como você é pequena Fer. Pra passar num arco daqueles com os braços erguidos...

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    1. E quase ter que ficar na ponta do pé pra alcançar... kkkkkkkkkkkk

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